Passando a Limpo
“ Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas! “
(Mario Quintana)
Uma das coisas que aprecio muito ao usar o computador é a facilidade como podemos corrigir, apagar, reformatar textos, construir e reconstruir ideias, entre outras tantas coisas que podemos processar de forma ágil e eficaz — tabelas, cálculos, planilhas, imagens, etc.
Como isso me tem sido útil como profissional e escritora! Lidando com tantas inovações e possibilidades algumas afirmações parecem sem sentido ou, no mínimo, reveladoras. Apesar do que a afirmação possa indicar, gosto da ideia do “passar a limpo”.
Mario Quintana, afirma: “Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo”.Creio, mesmo, que precisamos ficar atentos a isso. O agora é importante demais e não se repete por isso deveríamos vivê-lo com a intensidade e responsabilidade devida. Os fatos, sentimentos, palavras, experiências e eventos do agora nos constituem e jamais será possível corrigi-los, apagá-los, reformatá-los, reconstruí-los no mesmo tempo que se constituíram. Só podemos, a posteriori, como lembrança, resignificá-los. O que passou podemos significar de múltiplas maneiras. Podemos explicar de múltiplas maneiras. Mas, sempre teremos de lidar com o evento fundante. Este jamais poderemos passar a limpo.