Primeiros Erros
“Se um dia eu pudesse ver Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros…”.
Tem músicas que a gente sabe cantar inteiras porque em algum momento marcaram nossa história. Canto várias do Capital Inicial. Recordando-me de uma pessoa amiga, a quem quero muito bem, e me peguei cantando Primeiros Erros. Eu me recordei de sua pergunta sobre porque, muitas vezes, não podemos “parar de chover nos primeiros erros” e a eles se sucedem vários outros. Ela falava sobre isso com um tom de culpabilização.
Creio que a coisa é muito mais complexa do que pode parecer a princípio. Nossas motivações interiores nos determinam muitas vezes de modo quase incompreensível.
Ouvi um diálogo muito interessante essa última semana:
“- Eu gostaria de ter alguns esclarecimentos, é possível?
– Não sei, confesso que eu tenho é muitos obscurecimentos, que também não consigo esclarecer.”
Achei engraçado e interessante à contraposição de obscurecimentos a esclarecimentos. Creio que, exatamente, porque é isso que nos acontece. Temos muitos obscurecimentos a esclarecer e alguns que nunca o serão e farão parte de nossos imponderáveis – não entenderemos jamais porque agimos como agimos, apesar de nossa aparente lucidez.
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